Sobrevivendo no limite: a medicina polar e a antropologia da saúde na Antártica

A Antártica é o território mais remoto de toda a face da Terra. A integridade física dos pesquisadores e exploradores que ocupam essa região foi, por isso, sempre associada à presença de personagens médicos, que a história oficial, de exploração e desbravamento, construiu.

Uma das características deste continente – o último a ser “descoberto” e incorporado ao sistema mundial em fins do século XVIII e início do XIX – é a inexistência de populações nativas, o que o transformou num espaço que não estava associado à presença humana.

A partir da segunda metade do século XX, com a assinatura do Tratado Antártico em 1959, esse continente se consolidou como um espaço de preservação e pesquisa científica, E isso incentivou a quebra de alguns paradigmas dominantes, entre eles, por exemplo, o de que a Antártica não é um lugar para mulheres. A própria ciência teve que deixar de lado sua misoginia, tanto por pressão das pesquisadoras, quanto pelas mudanças contextuais que estavam acontecendo em nível mundial.

Lançamento de veículo submarino de operação remota na baía do Almirantado,Fonte: UFRJ

 

Atualmente, no âmbito dos diversos programas Antárticos que cada nação possui, a presença médica é considerada uma necessidade. Muitos aspectos e características desta atividade médica na Antártica, no entanto, são pouco conhecidos.

 

O projeto “Sobrevivendo no limite: a medicina polar e a antropologia da saúde na Antártica”constitui um esforço de pesquisa nesse sentido.

Acampamento brasileiro no manto de gelo antártico para coleta de testemunhos de gelo.  Fonte: UFRGS

Em nossa atuação, esperamos contar com a participação e a colaboração de grupos dos diversos pesquisadores, que servem ou realizam suas atividades nas estações de pesquisa e bases da Ilha Rei Jorge.

 

Nosso projeto integra abordagens multidisciplinares da Medicina de Extremos, com ênfase em AntropologiaSaúde Mental, Estresse Fisiológico e Aclimatação ao ambiente frio extremo.

Assim, nossas pesquisas inserem-se na Biologia Humana e Medicina Polar  –  apontada como uma das novas áreas de investigação  no Plano de Ação 2013-2022 para a Ciência Antártica para o Brasil.

 

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