Pesquisadores de sete universidades brasileiras (UFV, UNIMONTES, UFSJ, UESC, UEM, PUC, UFMG) se reuniram no auditório do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG para debater o andamento das pesquisas desenvolvidas nos últimos dois anos pelo projeto Biochronos (APQ 0031-19, Fapemig/Renova), coordenado pelo prof. Dr. Geraldo Wilson Fernandes, sobre os impactos na biodiversidade e na saúde ambiental causados pelo rompimento da barragem de Fundão, na cidade de Mariana – Minas Gerais, considerada a maior tragédia ambiental do país causada pela mineração.
Os temas apresentados envolveram as mudanças desde o DNA dos organismos diversos do solo e da água até as configurações da paisagem. Os pesquisadores apontaram que, apesar de seu histórico de degradação ambiental, a Bacia do Rio Doce e seus remanescentes florestais abrigam alta diversidade de diferentes espécies da nossa flora e fauna, algumas ainda pouco estudadas.
O desastre levou à perda de espécies nativas fundamentais na sustentabilidade do ecossistema, desde à polinização, controle de erosão do solo, ciclagem de nutrientes, sequestro de carbono, entre outros. Além do impacto na diversidade e o funcionamento do ecossistema, os pesquisadores discutiram também como o estresse do desastre tem afetado a formação e o desenvolvimento de diferentes organismos.
Ao todo, o projeto Biochronos possui mais de 45 pesquisadores envolvidos, oriundos de mais de 30 universidades nacionais e internacionais. As pesquisas terão duração de cinco e já coletaram uma ampla base de dados em diferentes áreas do conhecimento (solo, flora, fauna, fisiologia vegetal, ecologia da paisagem, invasão biológica, ciclagem de nutrientes, divulgação científica, entre outros) utilizando de tecnologias de última geração e metodologias inovadoras.
O workshop foi uma iniciativa do projeto para integrar os dados encontrados e discutir os reflexos do desastre na perda da biodiversidade, funções, saúde ambiental e do serviços gerados pela natureza que afetam a sobrevivência e o bem estar humano.Teve como objetivo também discutir possíveis alternativas para auxiliar na recuperação das áreas afetadas do Rio Doce.
Outro destaque do evento foi o foco na divulgação científica. Os coordenadores do projeto destacaram a relevância da comunicação e divulgação destes resultados para diferentes atores da sociedade, especialmente a comunidade local.