Promovido pelo LEEB desde 1994, o evento já conta com 12 edições e um total de 2400 participantes, do Brasil e de países vizinhos. As palestras são ministradas por pesquisadores de reconhecido prestígio nacional e internacional. Além de ouvir e discutir temas avançados com renomados cientistas, estudantes de pós-graduação e outros pesquisadores têm uma oportunidade única de contato direto com os palestrantes, favorecendo o intercâmbio de conhecimento e o estabelecimento de cooperações. Assim, o evento possui grande relevância para o desenvolvimento da pesquisa brasileira, já que é responsável pela promoção do intercâmbio de informações e fortalecimento de novas relações institucionais e novas linhas de pesquisas científicas. Os resultados no quesito de capacitação humana têm sido enormes, culminado com colaborações e treinamento de diversos estudantes. O ciclo de palestras tem contado com o apoio do Instituto de Ciências Biológicas e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre da Universidade Federal de Minas Gerais, da Capes, Fapemig, CNPq, Vale, Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto Gulbenkian de Ciências de Portugal.

Histórico do evento

O primeiro Eugen Warming Lectures in Evolutionary Ecology contou com palestras oferecidas por um dos mais renomados cientistas em ecologia das interações inseto-planta, o Dr. Peter Price (Northern Arizona University, EUA). Cientistas brilhantes participaram dos eventos seguintes, como o geneticista e evolucionista Dr. Guy Bush (pai da especiação simpátrica), Dr. Daniel Simberloff (pai da biogeogradia de ilhas), Dr. Niles Eldredge, Dr. Alan Templeton, Dr. John Thompson, Dr. Woodruff Benson e Dr. Robert Ricklefs, dentre outros. O Eugen Warming Lectures in Evolutionary Ecology é um evento que pretende estimular profissionais em ecologia evolutiva a procurar novos conhecimentos, prestando uma justa homenagem ao pai da Ecologia Vegetal.

Quem foi Eugen Warming

Durante o século XIX, grandes naturalistas europeus e americanos estiveram no Brasil, em visitas rápidas ou em longas expedições pelo interior do país. Dentre estes se destacam Humboldt, Langsdorff, Saint-Hilaire, Spix, Martius, Wallace, Bates, Spruce, Agassiz, Darwin, Lund e Warming. A vinda de Eugen Warming ao Brasil, um botânico dinamarquês, então com 21 anos, relaciona-se com o início da paleontologia na América do Sul, com os trabalhos do dinamarquês Peter Lund em Lagoa Santa, Minas Gerais. A convite do Prof. Reinhardt, Eugen Warming veio integrar a equipe do Prof. Lund, substituindo o secretário e desenhista norueguês, Peter Brandt, que havia falecido. Warming permaneceu no Brasil por apenas quatro anos, de 1863 a 1866. Este período foi, entretanto, crucial para sua formação e para o desenvolvimento das ideias que mais tarde seriam conhecidas como Ecologia Vegetal, ou, como o próprio Warming chamou, Botânica Ecológica. Em seu livro Lagoa Santa, de 1892, foram abordadas pela primeira vez questões fundamentais sobre a razão da existência dos cerrados. Suas questões, dados e enfoques formaram o alicerce de uma nova ciência. Mais tarde, em 1895, ele publicou o primeiro livro sobre Ecologia Vegetal, “Oecologia Plantarum”, posteriormente traduzido para o inglês. A obra de Warming não é apenas uma coletânea de plantas ou de dados sistemáticos com identificação de espécies. Warming não se limitou a descrições fitossociológicas ou ao estudo da distribuição geográfica de espécies. Sua obra é, antes de tudo, o primeiro ensaio sobre estudos de ecologia evolutiva de plantas, que jamais haviam sido realizados no Brasil ou no mundo e que impulsionou o desenvolvimento da Ecologia de forma geral.

Johannes Eugenius Bülow Warming(Eugen Warming)

Entrevistas sobre os Eventos Passados